Maia questiona ‘nova política’ e chama relações exteriores de ‘desastre’

Elogiado por Jair Bolsonaro em pronunciamento na televisão nesta quarta-feira (25), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a agenda do governo em entrevista para a Globo News, concedida na mesma noite. Maia questionou, ainda, o uso do termo “nova política” pelo Planalto e pediu “cuidado para não ficar olhando o parlamentar sempre como vilão”.

“É toma lá dá cá quando o Parlamento olha para o governo, mas não é toma lá dá cá quando o governo quer escolher o relator da reforma da Previdência? Quando (a influência do governo) é na Câmara, não tem problema nenhum, mas quando é no governo é velha política?”, ponderou o parlamentar.

Ele considera “legítimo” que o Planalto queira influenciar na escolha do relator para a comissão especial da reforma da Previdência, mas demonstrou incômodo quanto ao termo “nova política”“O que é velho e o que é novo? Ninguém me explicou ainda o que é novo. Eu sei o que é certo e o que é errado”, disse.

Em outro momento da entrevista, o presidente da Câmara criticou a agenda do governo, indicando que a falta de clareza dificulta que o o seu partido, o DEM, se posicione em relação a questões importantes: “qual é a agenda do governo? Qual é a agenda do governo para a Educação? Eu não conheço. Qual é a agenda do governo nas relações internacionais? É um desastre. A gente não sabe ainda qual é a agenda do governo para dizer se faz parte ou não.”

A exemplo do que afirmou na terça-feira, quando pediu apoio do governo para a tramitação da reforma da Previdência após aprovação na CCJ, Maia disse que ainda não há votos suficientes para aprovar o projeto, mas prometeu empenho. “É o (projeto) que me fez dormir tarde e acordar cedo”, declarou.

O político, porém, acha improvável que futuramente seja aprovada a proposta sobre capitalização – que setores do governo planejam colocar em votação após a aprovação da PEC sobre Previdência hoje em vigor.

“Capitalização vai ter de explicar muito bem. O custo de capitalização também é muito alto, R$ 400 bilhões em dez anos. Qual modelo é esse? Capitalização pura? Chance zero de passar.”

*Fonte: Revista Veja – digital

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