Por que temos duas voltagens elétricas no Brasil?

Entenda os motivos de serem utilizadas tensões distintas em diferentes regiões do país

Ao viajar para outro canto do Brasil, um dos pontos que o viajante precisa prestar atenção no planejamento é a voltagem da cidade de destino. Afinal, muitos turistas já ficaram em dúvida se a tomada de um quarto de hotel, por exemplo, era de 110 ou 220 volts na hora de plugar algum aparelho eletrônico.

Claro que quem tem uma máquina de solda inversora não precisa se preocupar com essa questão, já que ela é capaz de funcionar perfeitamente em qualquer voltagem graças à sua adaptabilidade. Porém, se por um lado a soldagem nas residências brasileiras não será um problema, os mais desavisados podem encontrar dificuldades com outros equipamentos eletrônicos, inclusive, com o risco de queimá-los.

Mas, afinal, por que existem duas opções de voltagens no Brasil? Entenda a história sobre essa diferença no texto abaixo.

Falta de padrão

Essa diferença pode ser atrelada pelo fato de, quando a rede elétrica começou a ser instalada no Brasil, ainda no começo do século passado, não havia um padrão definido. Assim, cada empresa que realizava a instalação e administração da rede determinava qual tipo de voltagem utilizaria. À medida que a rede foi crescendo, observou-se que realizar a troca de parte considerável dela para padronizar a tensão seria economicamente inviável.

Apesar da escolha ser própria para cada empresa, o fato das tensões escolhidas terem sido 110 e 220 volts não foi algo aleatório. Esse teto da tensão foi estipulado por normas de segurança. Estudos antigos mostraram que tensões próximas de 500 V seriam de uso seguro para o usuário comum, desde que ele adotasse as devidas medidas de segurança. A partir disso, estabeleceu-se que as tensões residenciais deveriam ser de 127 V, 220 V (as mais comuns no país) e de 380 V. Já para uso industrial, em fábricas, a tensão é de 440 V ou mais.

127 ou 110V?

Nesse assunto, uma dúvida que muitas pessoas têm é se o certo é 127 V ou 110 V, ou se essas tensões se tratam de duas distintas. Isso acontece porque várias etiquetas de aparelhos eletrônicos apontam que ele funciona em 127 V, e não em 110 V, que é a tensão que alimenta boa parte das residências no Brasil.

Essa diferença é justificada pela modernização dos transformadores, caixas metálicas instaladas nos postes da rede elétrica, e a padronização das empresas que geram energia. Os fios que ficam em cima do poste são identificados como a rede primária de distribuição, tendo uma tensão de 13.800 V.

Entretanto, para alimentar casas, indústrias e comércios, a tensão é diminuída — papel feito pelos transformadores. Hoje, o tipo de construção do transformador determina se a ligação da residência será de 110 V (geralmente, no caso de transformadores mais antigos) ou de 127 V.

Mais tensão é melhor?

Outro motivo de dúvida é se utilizar tensões maiores é vantajoso de alguma forma. Por um lado, a tensão de 220 V demanda menos da rede elétrica, mas isso não quer dizer que você deve substituir os aparelhos da sua casa por aqueles dessa tensão, mesmo quando há disponibilidade da tensão de 127 V.

Com exceção de alguns poucos casos, como o chuveiro elétrico, a recomendação é utilizar aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos baseados na menor tensão possível. Assim, se a sua residência está ligada a uma tensão de 127 V, deve-se optar por aparelhos elétricos que sejam aptos para esta tensão.

Essa escolha ainda é importante por uma questão de segurança, já que os efeitos de um choque de 127 V são bem menos nocivos e danosos do que um choque de 220 V. De qualquer forma, mesmo em tensões menores, como de 12 V, deve-se ter cuidado ao manusear eletroeletrônicos.

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